Motorista Comprometido

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terça-feira, 26 de março de 2013

Transportadoras têm dificuldades de contratar motoristas


motorista_1Transportadoras estão enfrentando dificuldades para contratar motoristas. Por isso, caminhoneiros estão voltando para a sala de aula em busca de qualificação para aumentar o salário e crescer na profissão. Para entrar no mercado de trabalho, é preciso atender uma série de exigências.
O problema tem sido a baixa procura pela profissão. Para o caminhoneiro Adalberto Pereira, que tem 39 anos de estrada, é preciso ter paixão. Segundo ele, antes os filhos seguiam o mesmo caminho, o que garantia a continuidade do trabalho, mas isso não acontece mais. “É uma profissão muito difícil, muito tempo longe de casa, estradas ruins e falta de segurança. Para dirigir caminhão tem de ter paixão realmente”, afirma.
E tem que ter muito mais que isso, precisa ter qualificação. É por isso que as transportadoras de todo o país estão à procura de 40 mil caminhoneiros. Falta gente disposta a enfrentar mudanças nesta profissão nos últimos anos.
A mais recente é a que obriga uma parada de 30 minutos a cada quatro horas, além de 11 horas de descanso entre uma jornada e outra. A medida criada para proteger os próprios motoristas tem desestimulado as contratações. “O motorista fica muito tempo na estrada porque precisa deste tempo de 11 horas parado. E há dificuldade dos profissionais ficarem este tempo parado, não há lugar para eles descansarem”, diz o diretor do sindicato de empresas de transporte, Kagio Miura.
O reflexo destas exigências está nas transportadoras. Em uma de Rio Preto-SP tem 50 caminhões parados, por falta de gente qualificada para trabalhar. “Se vier um motorista qualificado aqui procurar emprego, ele é registrado e saí para a estrada no mesmo dia”, afirma o dono da transportadora, José Oswaldo Lopes.
A super safra de grãos e o início da colheita da cana no mês que vem estão tornando ainda mais disputados os bons profissionais. E esta busca pelo motorista ideal faz o salário subir. “Tem motorista que ganha muito mais do que gente que tem diploma. O salário chega a R$ 4, a R$ 5 mil”, diz Miura.
Quem quer uma chance, volta para sala de aula para aprender como ser um novo e bom caminhoneiro. “Tem de qualificar para não ficar parado no tempo. É sempre importante estudar e buscar a qualificação”, diz o motorista Marco Antônio Nilo.
Fonte: G1
Publicado em 26/03/2013 por Rafael Brusque Toporowicz no site http://blogdocaminhoneiro.com/transportadoras-tem-dificuldades-de-contratar-motoristas

sexta-feira, 15 de março de 2013

Motoristas e cobradores de ônibus de São Paulo iniciam campanha salarial de 2013



ônibus de São Paulo
Motoristas e cobradores de ônibus iniciaram campanha salarial de 2013. Categoria quer aumento de 11,4%. Hoje o piso salarial de um motorista em São Paulo é de R$ 1776,60 e de um cobrador é de R$ 1026,48. Foto: Adamo Bazani.
Motoristas de São Paulo iniciam campanha salarial
Categoria na Capital Paulista quer aumento de 5% mais acumulado da inflação de acordo com o Dieese, o que daria 11,4%
ADAMO BAZANI – CBN
Motoristas e cobradores de ônibus da Capital Paulista iniciam nesta sexta-feira, dia 15 de março de 2013, a campanha salarial para este ano.
O Sindimotoristas, que representa a categoria do maior sistema de ônibus da América do Sul, já elaborou uma pauta de reivindicações.
Os motoristas e cobradores pedem reajuste salarial de 5% mais a inflação acumulada de acordo com o Dieese – Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócioeconômicos – que ficou em 6,4%. Assim, a categoria pede uma correção de 11,4%. O último aumento da categoria foi no ano passado e ficou em 6%, contando inflação e ganhos, que foram pequenos.
Atualmente, o piso do salário de um motorista de ônibus na cidade de São Paulo é de R$ 1.776,60 e o de cobrador de R$ 1.026,48.
Na ocasião, foi discutida o fim da dupla jornada, pela qual motorista dirige e cobra ao mesmo tempo, mas o sindicato aceitou a manutenção da prática.
A data-base da categoria é no dia primeiro de maio.
Os trabalhadores também pedem que a folha do vale-refeição suba de R$ 14,00 para R$ 17,00.
Motoristas e cobradores pedem também PLR – Participação nos Lucros e Resultados de R$ 1300 para cada trabalhador e o término das jornadas flexíveis, que impedem os profissionais desenvolverem outras atividades, como estudos ou programação com a família.
O sindicato também pede o que não foi conseguido no ano passado, como um piso salarial para borracheiros, tapeceiros, ajudantes de manutenção, letristas, lubrificadores, trabalhadores de manutenção predial e tapeceiros.
A pauta com cerca de 20 pontos de reivindicação será entregue à Câmara Municipal de São Paulo, Secretaria Municipal de Transportes e para o SPUrbanuss – Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo.
A categoria diz que quer evitar greve, mas que não descarta a possibilidade de paralisação se houver inflexibilidade nas negociações.
Publicado em 14/03/2013 por Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes. Blogpontodeonibus

terça-feira, 5 de março de 2013

Quem quer ser motorista?


caminhoneiro - jornada de trabalho
Várias iniciativas estão sendo desenvolvidas para tentar despertar o interesse dos jovens para a profissão de motorista de caminhão. A Federação Nacional do Transporte Rodoviário da Alemanha vai iniciar uma campanha nas mídias sociais para atrair a atenção dos jovens para a profissão. O concurso Young European Truck Driver (jovem motorista de caminhão europeu), lançado pela Scania, na Suécia, se espalhou pelo mundo. Na Europa, o vencedor ganha um caminhão zero quilômetro, como atrativo. Nos Estados Unidos, uma das soluções encontradas é a contratação de casais mais maduros, para viajarem de caminhão.

No entanto, o estudo sobre o futuro do carreteiro, encomendado pela Universidade de Heilbronn à agência de pesquisa ZF Friedrichshafen, em cooperação com a Editora ETM, aponta quais os motivos que tornam a profissão pouco atraente para os jovens. A imagem negativa do condutor de caminhão e a qualificação obrigatória são os principais motivos para os jovens não escolherem a profissão.
O retrato denegrido da ocupação e condições de trabalho, muitas vezes pouco atraentes, são os principais motivos para a falta de interesse dos jovens. Jornada de trabalho, desfavorável, com muitas horas extras, pressão para o cumprimento dos prazos, baixo rendimento e, especialmente, a incompatibilidade da profissão com a vida privada assusta os adolescentes que estão à procura de um emprego. “Se pudesse voltar atrás e não trabalhasse em uma empresa familiar não escolheria a profissão novamente. É um trabalho muito duro e pesado”, diz com franqueza, Tomas Schroth, 25 anos, autônomo.
O fator financeiro também desestimula os jovens a escolher a formação de condutor profissional já que o custo da habilitação profissionalizante deve ser pago do próprio bolso, caso ele não faça o aprendizado em uma empresa. As despesas iniciais variam entre seis e oito mil euros. As oportunidades disponíveis para profissionalizar os aprendizes como condutores profissionais não são suficientes. O mercado alemão consiste principalmente de pequenas e médias empresas de transporte, compostas em sua maioria por autônomos, restringindo, portanto, o número de empresas que oferecem vagas para aprendizes de condutor.
Das quase 9.000 empresas, que seriam capazes de treinar novos motoristas de caminhão, apenas um terço aceita o desafio. Segundo Karlheinz Schmitt, presidente da Federação Nacional do Transporte Rodoviário da Alemanha, a falta de infraestrutura é o maior obstáculo. “Não se pode dizer que o problema está na prontidão para o treinamento e sim na infraestrutura. Existem milhares de empresas que poderiam oferecer treinamento a qualquer momento, mas elas não o fazem porque não têm infraestrutura necessária, que vai desde a escola de formação profissional até o exame de aptidão”, explica.
Esta constatação é alarmante, já que a demanda de motoristas de caminhão será maior no futuro. Nos próximos 10 ou 15 anos, quase 250 mil dos cerca de 660 mil motoristas irão se aposentar. Embora cerca de 3.000 interessados iniciem o curso profissionalizante, e também entre 10 a 15.000 mil pessoas mudam de atividade e comecem a trabalhar como motoristas, a fim de atender às necessidades do setor, esse número ainda não será suficiente para cobrir a lacuna do mercado. “A procura pela profissão é menor do que a demanda e deixa todos os anos um déficit no mercado. Seriam necessários ao menos 25 mil novos profissionais, por ano. Logo iremos perceber que essa diferença não pode ser tapada com alternativas”, comenta o Dr. Dirk Lohre, especialista em logística.
O desafio não é só atrair jovens, e sim fazer com que eles terminem o aprendizado. Muitos deles pedem as contas logo no primeiro mês de treinamento por diferentes razões. A situação no trânsito, os controles rigorosos por parte dos órgãos públicos e os maus tratos dos profissionais por clientes desmotivam os iniciantes. “Sei o que é ser mal tratado. Não é nada animador”, desabafa Schroth. Embora a profissão esteja ameaçada, dois terços dos principiantes entrevistados acreditam que ser motorista de caminhão tem futuro. Mas, para isso é necessário haver algumas mudanças significativas da atual situação e das perspectivas para que se possa recrutar mais profissionais. Pela pesquisa, 89% dos jovens pensam que entre os fatores chaves para aumentar a atratividade à profissão estão numa melhor remuneração; 87% credita à falta de uma melhor condição de trabalho; 79% acha que falta uma jornada de trabalho regulamentada e, finalmente, 77% disseram que é necessário haver melhoria da imagem da atividade.
Uma boa parte das reclamações são viáveis, mas também precisam ser realizadas para que a profissão tenha futuro. Segundo presidente da Federação Nacional do Transporte Rodoviário da Alemanha, o maior problema é a renumeração. Em sua opinião, o fato de o motorista ter que dormir na cabine o leva a ter expectativa de que deve ter renumeração melhor do que aqueles que trabalham em um armazém, por exemplo. “O problema é a falta de um salário maior, embora dinheiro não tenha nada a ver sobre a satisfação com a profissão”, diz Karlheinz Schmitt. Ele acrescenta que a insatisfação por parte dos profissionais técnicos está em toda a parte, porque os trabalhadores não podem financiar o padrão de vida que eles gostariam ter. A média de salário mensal de um motorista de caminhão na Alemanha é de 2 mil euros (cerca de R$ 5.200,00).
Alteração demográfica trará mudanças para o setor logístico
O envelhecimento da sociedade também trará mudanças para o setor logístico. O desenvolvimento significativo da Internet alavancou o comércio eletrônico, que a cada dia ganha mais adeptos. Portanto, essa geração que está envelhecendo vai continuar com o cômodo hábito de comprar pela internet. Situação que contribui para o forte crescimento do trânsito do correio expresso.
Além disso, é de se esperar que cada vez mais pessoas retornem para os centros das cidades ou mesmo para os subúrbios. Essas pequenas migrações terão efeitos significativos no setor logístico. Por um lado, a rota de entrega nos grandes centros urbanos será otimizada com um novo conceito. Por exemplo, um caminho mais curto alcançará um número maior de clientes. Por outro lado, o planejamento de distribuição, em zonas menos povoadas, ficará ainda mais difícil de ser alcançado.
Neste contexto, o futuro do setor está ameaçado. A profissão deve ser mais atraente e os cursos de formação devem ser otimizados. Iniciantes desejam que as inovações técnicas sejam aplicadas de forma consistente. Isso inclui, por exemplo, melhores possibilidades de comunicação e mais conforto na cabine. “Além disso, precisamos encontrar maneiras de otimizar os processos de transporte, evitando a rodagem vazia das carretas”, disse Lohre.
Fonte: Revista O Carreteiro
Publicado em 04/03/2013 por Rafael Brusque Toporowicz no site http://blogdocaminhoneiro.com/quem-quer-ser-motorista/

domingo, 3 de março de 2013

Motoristas enfrentam péssimas condições de estrada no Sul de MTMT


5056Os motoristas que trafegam pela BR-163, rodovia que corta Mato Grosso do Norte ao Sul, e é essencial para sustentar a economia de alguns municípios, reclamam da falta de estrutura e da péssima condição da estrada. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), entre 1º de janeiro e 18 de fevereiro foram registrados 90 acidentes na rodovia, com 31 feridos e três mortos, em um trecho de 250 quilômetros.
Nessa quarta-feira (27), a TV Centro América exibiu a última reportagem de uma série sobre os problemas na BR-163, os riscos que oferecem aos motoristas e sua condição de tráfego. A viagem da reportagem dessa quarta foi no sul do estado. O tráfego nessa região também é intenso, por dia passam 10 mil veículos, sendo que 80% deles são caminhões e bitrens. E a estrada não recebe nenhum tipo de melhoria há 20 anos.
O caminhoneiro Robesmark Gadelha, por exemplo, contou que é natural de São Paulo e ao transportar uma carga de adubo até Campo Novo do Parecis , a 397 quilômetros de Cuiabá, teve grandes prejuízos.“Dois pneus estouraram e quebrei a embreagem, nisso acabei gastando em torno de R$ 800 reais”, falou.
O cenário mostra o quanto a via é importante economicamente para o estado. Conforme a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a safra de grãos aumenta em torno de 5 a 6% ao ano e além disso será inaugurado em Rondonópolis, a 218 quilômetros da capital mais um terminal ferroviário, com capacidade para o carregamento de dois trens e 120 vagões, além de um pátio para mais de 1200 caminhões.
Segundo o diretor executivo da Associação das Transportadoras do Sul do Estado (ATC), Miguel Mendes, essa novidade irá refletir em todo o estado. “Todo o fluxo que hoje é dividido na BR-163 e BR-364 será direcionado para o terminal da163 e, ali, a pessoa vai poder dividir o espaço com os trabalhadores, clientes das empresas, transportadoras nos postos de combustíveis que estão instaladas nas margens desses trechos. Então a gente já está prevendo para o próximo ano um verdadeiro apagão logístico”, informou.
As obras da travessia urbana em Rondonópolis que já custaram em torno de R$ 50 milhões ainda não foram concluídas. O problema se arrasta há quatro anos e um convênio foi firmado entre a prefeitura e o governo federal que ficou responsável pelo repasse de 90% dos recursos financeiros. Uma empresa de engenharia foi contratada para realizar o projeto.
Ainda segundo Mendes, o Ministério Público entrou com um processo de investigação dos pagamentos do processo de licitação para apurar realmente quem são os responsáveis por tanta demora. “Por conta desse atraso que filas se formam e o congestionamento chega a quilômetros”, disse.
Nos trechos de Juscimeira, a 164 quilômetros da capital, quem quer atravessar a rodovia tem de esperar. Até quem mora no município precisa de paciência em São Pedro da Cipa, a 149 quilômetros de Cuiabá, por exemplo, o comércio divide poucos metros com os caminhões e já em Jaciara, a 148 quilômetros da capital, as vias têm melhor acesso, mais já existe o problema da falta de sinalização.
O motorista Paulo Sérgio Rossini conta que ele busca muita proteção para chegar vivo em casa. “Em uma falha aqui já corremos o risco de cometer algum acidente, e em viagens que estou acostumado a fazer em quatro horas, hoje faço em média de sete a oito”, lamentou.
Fonte: TV Centro América
Publicado em 01/03/2013 por Rafael Brusque Toporowicz no site http://blogdocaminhoneiro.com/motoristas-enfrentam-pessimas-condicoes-de-estrada-no-sul-de-mt