Motorista Comprometido

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domingo, 26 de maio de 2013

Boa, mas nem tanto

lei do descanso - motorista
Existe ainda no trecho muita controvérsia e até desconhecimento sobre efetiva vigência da Lei do Motorista, que desde julho do ano passado estabeleceu uma série de normas para a atividade, principalmente em relação a horários de trabalho e de descanso. Entre as reclamações está a falta de locais adequados para as paradas obrigatórias para o descanso e, por fim, redução nos salário como resultado de menos quilômetros rodados no final do mês. Enquanto se sucedem as discussões sobre eventuais alterações nessa legislação, empresas procuram se adequar com um melhor planejamento das viagens, enquanto os motoristas, na maioria, protestam. Além disso, a fiscalização nas estradas praticamente não existe.
O carreteiro Gleidson Araújo, o Toco, 30 anos de idade e 11 de profissão, natural de Criciúma/SC trabalha com uma carreta graneleira e viaja por todo o País. Ele considera que o assunto ainda está muito polêmico e de difícil entendimento, ou até mesmo do cumprimento por parte dos estradeiros, pela absoluta falta de estrutura nas estradas. Segundo ele, apesar da viagem ser bem planejada, com previsão dos horários e pontos de paradas, sempre surgem os imprevistos. E têm horários e locais onde esses pontos já estão completamente lotados nos finais de tarde. Toco lembra que há necessidade de cumprir a legislação de acordo com as orientações da empresa, mas existe também a questão da segurança pessoal, do caminhão e da carga, acentua. “Tudo muito complicado, por enquanto”, diz. Ele garante que está procurando se adequar à Lei da melhor forma possível, mas quase sempre extrapolado os horários. Nunca foi pego pela fiscalização, porém tem um amigo que já foi autuado pela Polícia Rodoviária Federal pelo excesso de horário ao volante.
Outro motorista que procura seguir a lei rigorosamente, por orientação da empresa, é Gilberto Costa Pistore, o Pinico, 22 anos e três de volante. Natural de Lindoeste/PR, ele dirige uma carreta câmara fria em viagens entre Argentina, Paraná, São Paulo e Minas Gerais, transportando frutas ou pescados. O caminhão está equipado com tacógrafo, planilha para o diário de bordo, rastreador, rádio PX e toda a documentação rigorosamente em dia, seguindo orientação da empresa, conforme ressalta. E com isso, a Lei do Motorista que determina horários certos para dirigir e para o descanso também é obedecida, com pequenas variações decorrentes de imprevistos ou por necessidade de chegar ao local adequado para estacionar o caminhão. Em sua opinião seria melhor dirigir a partir das 6h e parar pelas 23h, com intervalos de acordo com a necessidade de cada motorista. Lembra que antes da Lei ele trabalhava mais, porém, também ganhava mais. Pistore acredita que, apesar de ser boa para os motoristas, essa Lei precisa ainda ser aperfeiçoada. “Muitas coisas precisam ser mudadas”, salienta. Lembra que na Argentina, por exemplo, a situação dos pontos de paradas é bem diferente do Brasil, com lugares perigosos onde nem sempre é possível pernoitar. Para o carreteiro Edson Bochi, 51 anos de idade e 11 de profissão, natural de Cambé/PR, que viaja por todo o território nacional, Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai, a Lei favorece muito o motorista registrado e, no seu caso, o cumprimento é obrigatório desde o primeiro dia de vigência, porque tudo é controlado pelo tacógrafo e pelo diário de bordo. E se o motorista trafegar fora dos horários permitidos é advertido e corre risco de demissão por justa causa. Por isso – segundo afirma – todas as viagens são planejadas em todos os detalhes. “Qualquer irregularidade e o motorista é chamado para se explicar, o que ninguém quer, evidentemente”, relata. Bocchi acredita que apesar das dificuldades e das resistências de alguns motoristas e empresas, e depois de certos ajustes tudo vai dar certo e será bom para todos.
Na opinião do cegonheiro Alex de Oliveira Sarmento, 33 anos, um ano e meio de profissão, natural de Gravataí/RS, essas exigências são ruins para o estradeiro. Ele transporta veículos da General Motors, instalada em sua cidade, para Rosário, na Argentina, e lembra que de Gravataí a Uruguaiana dá para cumprir a Lei sem problemas. Todavia, nas estradas argentinas, é obrigado a “estourar” o horário porque é difícil achar um local seguro de parada.
Além disso, existem as restrições de horários para caminhões trafegarem nas estradas e a necessidade de carregar cedo e retornar ao Brasil, sem perda de tempo. Segundo ele, “as autoridades deveriam fiscalizar a enorme quantidade de motoristas que dirige sob o efeito de rebites ou de drogas pesadas, esses sim são responsáveis por acidentes graves nas rodovias”.
Depois de muitos anos viajando pelas estradas de países do Mercosul, Lucas de Abreu Schlotefeldt, 49 anos de idade e 31 de direção, só roda agora por estradas do Brasil e garante que dá pra cumprir a lei, porém não está muito contente com ela. Afinal, estava acostumado a dirigir das 6h até 23h, “às vezes até mais”. Natural da Caibaté/RS e dono de uma carreta, ele garante que é contra esses horários de descanso, porque limita muito a vida do motorista. Em sua opinião, deveria ao menos ser permitido dirigir das 6h às 22h e o motorista parasse para descansar conforme suas necessidades. “Afinal, cada organismo reage de forma diferente”, defende. Acredita que se a pessoa está cansada deve parar e descansar, isso em qualquer circunstância, independente de Lei. Segundo ele, muita coisa precisa ser ajustada para que, efetivamente, possa favorecer ao motorista de caminhão.
Transportando cargas especiais, numa velocidade de 60 km/h e acompanhado de dois batedores, Edson Nogueira Marques, 33 anos de idade e seis de estrada, segue um roteiro de viagem pré-estabelecido na empresa. Natural de Pirajú/SP, ele também viaja para os países do Mercosul e, eventualmente, Bolívia. Admite que às vezes sente saudades de “pisar um pouco mais fundo no acelerador”, mas reconhece que esse é o seu trabalho. As paradas são obrigatórias a cada quatro horas de direção, com 30 minutos de descanso. Diz que há tolerância de tempo para os casos onde não seja possível estacionar o caminhão com segurança. Comenta que é fiscalizado pela Polícia Rodoviária apenas esporadicamente, e quando ocorre são solicitados apenas seus documentos pessoais e do caminhão. Já em relação ao tempo de direção ou de descanso afirma nunca ter sido fiscalizado. “É tudo muito tranquilo”, afirma, e quanto ao cumprimento da lei, “sem problemas”.
Com uma frota de 17 caminhões no trecho, atendendo principalmente ao setor internacional, a Transportes JN Ltda., de Uruguaiana/RS, orienta seus motoristas a trafegarem dentro das determinações legais, aferindo os discos do tacógrafo e diário de bordo ao final de cada viagem, inclusive para calcular os valores dos salários, conforme explica o gerente financeiro da empresa, Jeovani Alves da Silva. Aos 36 anos de idade e 15 na área de transportes, ele acredita que muitas coisas deveriam ser mudadas nessa legislação, adaptando-se mais à realidade das estradas, da vida do motorista e das empresas. Sabe por experiência própria da resistência da maioria dos motoristas em relação aos horários de paradas, principalmente pelo que consideram perda de tempo de viagem e pela redução do salário no final do mês, pois quanto mais rodam, mais ganham.
Quanto às empresas, conforme destaca Jeovani da Silva, é preciso se adaptar e trabalhar dentro das determinações legais. Lembra que a fiscalização do Ministério do Trabalho é rigorosa e tem feito visitas frequentes a empresas transportadoras, para verificação dos comprovantes de viagens ou mesmo para orientações, sempre lembrando que em casos de infrações o efeito será retroativo e a despesa muito grande. Ou seja: é melhor cumprir a lei.
O auditor fiscal do Trabalho da gerência regional do Ministério do Trabalho e Emprego, em Uruguaiana/RS, Jorge André Borges de Souza, 31 anos e cinco na atividade, esclarece que são feitas visitas periódicas e de forma aleatória às empresas transportadoras. De acordo com ele, são fiscalizados, em especial, o tacógrafo e o diário de bordo. Mas, é claro, a fiscalização é bem mais ampla. Ele esclarece que pelo menos 90% das empresas visitadas são autuadas e advertidas para se adequarem à legislação; na grande maioria as empresas se adéquam e passam a seguir as normas legais.
As reincidentes são denunciadas ao Ministério Público e podem ter ação civil pública movida contra elas, a qual pode resultar em indenização por danos morais coletivos. Borges de Souza assinala, ainda, que o passivo trabalhista começou a contar desde o início da vigência da lei, em julho do ano passado. Portanto, não é um bom negócio não cumpri-la. Durante as fiscalizações houve o caso de uma transportadora de Uruguaiana/RS, que fraudava a documentação. Dois caminhões foram apreendidos para perícia e o caso está sendo investigado pela Polícia Federal. E, conforme acentua o auditor fiscal, embora relutantes, as empresas estão aos poucos se adequando à legislação. Os caminhões estrangeiros não são fiscalizados, por enquanto. Enquanto isso, os motoristas, quem em princípio deveria ser os mais favorecidos pela Lei, são os mais contrariados, sobretudo pelo fato de rodarem menos e, no final do mês, faturarem menos.
Fonte: Revista O Carreteiro
Publicado em 23/05/2013 no Blog do Caminhoneiro.

Caminhões e ônibus crescem com a Colômbia

transmilenio
Crescimento econômico constante que fez o PIB avançar 290% nos últimos 12 anos, política de renovação de frota, fortes investimentos em transporte público nas maiores cidades e exportações crescentes estão fazendo da Colômbia um dos maiores mercados de veículos comerciais da América Latina. “Existem boas oportunidades de investimento na montagem local de caminhões e ônibus”, confirma Juan Carlos González, vice-presidente de investimento estrangeiro da Proexport, agência de promoção comercial internacional do governo colombiano.
Existe produção ascendente de veículos comerciais na Colômbia. Em 10 anos, entre 2002 e 2012, o mercado doméstico absorveu 152 mil caminhões, dos quais 57,7 mil (38%) foram montados no próprio país. Em 2012 as montadoras locais aumentaram essa participação para quase metade das vendas do segmento. No ano passado foram produzidos localmente 20,6 mil de caminhões e ônibus, cerca de 3,5 mil foram exportados e 17,1 mil ficaram no país, ou 49% do mercado total de 34,7 mil.
O boom do mercado colombiano aconteceu nos últimos cinco anos, quando foram vendidos 121 mil caminhões e 28 mil ônibus. “É o país onde mais tem crescido as vendas de veículos comerciais”, atesta Maria Juliana Rico Ospina, diretora executiva da Andi, a associação nacional dos empresários. Entre 2011 e 2012 o comércio de caminhões saltou 24% e o de ônibus, 13%.
Renovação nos caminhões
Na Colômbia, 95% do transporte de carga são feitos por caminhões. Por isso, o impulso maior das vendas até agora veio do crescimento econômico do país, que fez o volume escoado pelo modal rodoviário avançar 42% de 2002 a 2012, para 135 milhões de toneladas por ano atualmente.
Existe no horizonte a perspectiva de aumento dos negócios com a necessária renovação da envelhecida frota de 347 mil caminhões que circulam hoje nas estradas colombianas, com idade média de 23 anos, sendo que 57% dos veículos chassi-cabine e 83% dos cavalos mecânicos têm mais de 25 anos. O governo colocou em andamento um programa com recursos de US$ 450 milhões para tirar de circulação mais de 50 mil caminhões velhos – 12 mil deles já foram sucateados até dezembro de 2012.
Para aproveitar esse potencial, estão instaladas na Colômbia atualmente apenas duas montadoras de caminhões, General Motors e Hino (marca do Grupo Toyota), ambas com unidades de montagem em Bogotá. A produção local está mais focada no segmento de modelo leves, médios e semipesados. Grande parte dos cavalos mecânicos “bicudos” é importada dos Estados Unidos, principalmente das marcas International (Navistar) e Kenworth (Paccar).
A GM lidera o mercado local de caminhões com 50% de participação das vendas de leves e médios e 30% dos pesados. A empresa monta no país veículos comerciais leves e médios da japonesa Isuzu com apenas 18% de componentes nacionais, em uma operação bastante incomum na indústria: a montagem é feita sob o mesmo teto onde são produzidos carros de passeio, com compartilhamento da mesma cabine de pintura.
A Hino, marca do Grupo Toyota, começou a montar seus modelos comerciais no país em 2008. Em 2012 chegou ao pico de 5,1 mil unidades montadas, das quais exportou a países vizinhos 3,5 mil, ou 68% da produção.
Em breve vai se juntar a ela a fabricante chinesa Foton, por meio de licenciamento do grupo colombiano Corbeta, que constrói uma planta na cidade de Cali com investimento anunciado de US$ 4 milhões para montar até 5 mil caminhões por ano em um primeiro momento.
Ônibus
No transporte público de passageiros, a expansão das vendas de ônibus foi alimentada pela implantação de grandes sistemas integrados nas maiores cidades da Colômbia, especialmente Bogotá (a capital), Cali e Medellín, onde foram construídos corredores para circulação de veículos articulados que se conectam a linhas de micro-ônibus para percursos mais curtos. Somente em Bogotá, a ampliação do sistema Transmilênio e a renovação da frota irá demandar 9 mil novos ônibus nos próximos dois anos, chegando a 13 mil até 2024.
A organização do transporte público na Colômbia é um fenômeno recente, os sistemas integrados e seus corredores começaram a ser desenhados e implantados há menos de uma década. Até então, o cenário urbano das grandes cidades colombianas era totalmente dominado pelas chamadas “busetas”, micro-ônibus pertencentes ao próprio motorista ou minifrotistas que têm de dois a cinco veículos em circulação sem padronização, com configuração e pintura bastante peculiares, ao gosto de cada freguês. Muitos são montados sobre chassis de caminhões, com grande improvisação, por centenas de encarroçadores artesanais que montam não mais de cinco unidades por mês. As pitorescas “busetas” continuam a circular, mas hoje dividem espaço com empresas de ônibus que operam modelos padronizados.
GM e Hino também fornecem chassis para ônibus e, em 2012, a Daimler (Mecedes-Benz) instalou uma linha de montagem de chassis em Bogotá, para aproveitar o aquecimento das vendas trazido com a padronização dos sistemas urbanos de transportes. Existem também duas grandes encarroçadoras, ambas com capital brasileiro: a maior delas, com 60% do mercado, é a Superpolo, associação da Marcopolo com a colombiana Superior; e a Busscar, que no Brasil está em processo falimentar mas opera normalmente na Colômbia, com 20% de participação nos encarroçamentos.
“Não há fora do Brasil uma fábrica de ônibus tão grande quanto esta na América Latina”, diz Jorge Forero Castilla, gerente de novos negócios da Superpolo, que tem capacidade para montar de 6 mil a 7 mil carrocerias por ano. A encarroçadora nasceu há seis anos com investimento de US$ 18 milhões dividido meio a meio entre Marcopolo e Superior para instalar a planta localizada em Cota, região metropolitana de Bogotá. Na divisão de funções na joint venture, a administração do negócio e as vendas ficam com os sócios colombianos, enquanto os brasileiros comandam a engenharia, processos de manufatura e qualidade. Todos os produtos são vendidos com uma só marca, a Marcopolo.
As carrocerias montadas na Superpolo têm atualmente cerca de 40% de componentes colombianos, com objetivo de fazer esse porcentual avançar para 60% nos próximos três anos. Todas as estruturas de aço, por exemplo, vêm do Brasil porque ainda não foram encontrados fornecedores locais com qualidade suficiente para receber a homologação da Marcopolo. O controle aumenta a qualidade, mas tira competitividade para exportações aos países vizinhos, que representam apenas 10% da produção. “Uma passagem de ônibus no Equador para uma viagem de 400 quilômetros entre Quito e Guayaquil custa só US$ 8,00. Essa tarifa não consegue pagar a qualidade do meu produto”, diz Castilla.
Pelo mesmo motivo, na Colômbia o fornecimento é quase que integralmente direcionado aos grandes frotistas que operam os sistemas integrados de transporte. Um ônibus biarticulado leva cerca de 25 dias para ficar pronto e custa em torno de US$ 140 mil.
A previsão é que o mercado colombiano deve consumir 4,5 mil chassis de ônibus este ano, dos quais 2 mil serão encarroçados pela Superpolo, que hoje opera em um turno e meio de produção com mil empregados.
Publicado em 22/05/2013 por Rafael no Blog do Caminhoneiro.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Excelente Reportagem do Bom Dia Brasil sobre Transportes Públicos


Recomendo, que assista a excelente reportagem (06/05) do Bom Dia Brasil sobre o excesso

de multas para os ônibus do Rio de Janeiro, falta de segurança em todo o país, legislação de 

trânsito e os comentários de Alexandre Garcia. 

Investir na educação profissional é uma decisão inteligente! 

Praticar novos aprendizados é a solução!!!

Acesse os links: 

http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2013/05/numero-de-multas-para-onibus-no-rio-e-sete-vezes-maior-que-frota.html

http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2013/05/passageiros-de-onibus-reclamam-da-falta-de-seguranca-em-todo-o-pais.html

http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2013/05/alexandre-garcia-e-uma-soma-de-erros-sob-omissao-das-autoridades.html


Parabéns a você visitante por estar interessado em saber mais sobre a realidade dos transportes públicos!

Palestrante José Rovani
Especialista em Transportes Públicos
HighPluss Treinamentos - Joinville